Com 70% dos votos apurados, o Congresso Nacional Africano (CNA) recebeu 57% votos nas eleições de 8 de maio na África do Sul. Ficou abaixo dos 62% das eleições anteriores, de 2014, noticiou a televisão pública britânica BBC.
O partido mantém o poder desde o fim do regime segregacionista branco do apartheid, em 1994, quando Nelson Mandela virou presidente. Mas esse foi o pior resultado.
Em segundo lugar, ficou a Aliança Democrática (AD), com 22%. Em terceiro lugar, vem os Combatentes pela Liberdade Econômica (EEF, do inglês), com 10%.
O índice de comparecimento às urnas foi de 65%, abaixo dos 73% de 2014. Cerca 26,7 milhões de eleitores votaram em 48 partidos. Seis milhões de pessoas não se registraram para votar desta vez. Os resultados finais saem no sábado.
Vinte e cinco anos depois do fim do apartheid, a África do Sul ainda é um dos países mais desiguais do mundo. Os 10% mais ricos ficam com dois terços da renda e mais da metade dos 57 milhões de habitantes vive na miséria.
O desemprego, hoje em 27%, a situação econômica da maioria negra e a corrupção generalizada do governo Jacob Zuma (2009-17) diminuíram o prestígio do CNA.
A ascensão ao poder de Cyril Ramaphosa, que seria o vice-presidente preferido por Mandela, no ano passado, deu uma esperança de recuperação da economia e da política sul-africanas, mas o longo tempo de monopólio do poder criou muitas oportunidades de enriquecimento ilícito para a burocracia do partido.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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