segunda-feira, 6 de maio de 2019

Um milhão de espécies correm risco de extinção, alerta a ONU

A expansão da sociedade humana é responsável pela sexta grande era de extinção de espécies vivas da história da Terra, denuncia hoje um relatório das Nações Unidas produzido por mais de 450 cientistas e diplomatas. Um milhão de espécies de animais e vegetais, 25% do total, correm o risco de desaparecer.

A natureza selvagem perdeu metade de sua área. A biomassa dos mamíferos selvagens caiu em 82%. Mais de 40% das espécies de anfíbios, um terço dos corais, mais de um terço de todos os mamíferos marinhos e pelo menos um décimo dos insetos estão ameaçados. A queda na polinização ameaça a produção agrícola de uma perda de US$ 577 bilhões por ano e a degradação do solo reduziu a produtividade agrícola em 23%.

Durante três anos, os cientistas examinaram 15 mil relatórios e pesquisas para redigir esta advertência. O impacto sobre a humanidade é visível na escassez de água potável e na crescente instabilidade do clima causada pelo agravamento do efeito estufa em consequência da poluição industrial.

Três quartos de todas as terras foram transformadas em plantações, cobertas de concreto ou engolidas por barragens. Dois terços do ambiente marinho foram alterados por fazendas de piscicultura, rotas de navios, minas submarinas e outras intervenções. Três quartos dos rios e lagos são usados para a produção agropecuária.

Assim, mais de 500 mil espécies não encontram mais um ambiente adequado à sobrevivência a longo prazo e devem ser extintas nas próximas décadas.

"A saúde dos ecossistemas de que nós e outros espécies dependemos está se deteriorando mais rapidamente do que nunca. Estamos erodindo os alicerces de nossas economias, vidas, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida no mundo inteiro", declarou o presidente da Plataforma Intergovernamental de Política Científica sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas, Robert Watson. "Perdemos tempo. Temos de agir já."

Uma "mudança transformadora" exige alterações profundas na ação governamental, nas regras do comércio internacional, um investimento maciço em florestas e mudança no comportamento individual como a redução no consumo de carnes e bens materiais.

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