quinta-feira, 2 de maio de 2019

Justiça chavista manda prender líder da oposição na Venezuela

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, leal ao regime chavista, ordenou hoje a prisão de Leopoldo López, o líder da oposição que fugiu da prisão domiciliar na segunda-feira à noite e se refugiou na residência do embaixador da Espanha diante do fracasso do levante para derrubar o ditador Nicolás Maduro. O governo espanhol se nega a entregá-lo.

Em comunicado oficial, o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez declarou que López é hóspede da embaixada e que a Espanha acredita que as autoridades venezuelanas vão respeitar a imunidade diplomática da residência do embaixador.

A Venezuela é signatária de duas convenções internacionais que garantem a imunidade das representações diplomáticas, seus funcionários e seus veículos. Violar estas regras causaria forte reação internacional.

Em entrevista na porta da residência do embaixador, López afirmou ter negociado com oficiais e dissidentes do chavismo: "Em 30 de abril, um grande número de militares deu um passo importante. Falei com muitos generais. (...) Nada do que temos peito foi de improviso. Virão mais rupturas no Exército. Esta ditadura vai acabar."

O TSJ quer que López volte para a prisão militar de Ramo Verde, em Caracas, para cumprir o restante de sua pena pela acusação de incitar à violência durante manifestações de protestos em fevereiro de 2014. Pelo menos 42 pessoas foram mortas na época. O regime chavista responsabilizou o líder oposicionista.

Ontem e hoje, pelo menos quatro manifestantes foram mortos pelas forças de segurança. Maduro desfilou da madrugada ao lado de 4,5 mil soldados para reafirmar que tem o apoio das Forças Armadas.

A oposição promete manter a pressão nas ruas até a queda do ditador, mas a expectativa de que conseguiria isso rapidamente se dissipou.

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