O ex-diretor do Serviço Bolivarista de Inteligência Nacional (Sebin) Gustavo González López foi preso e levado para a Diretório Geral de Contrainteligência Militar (Dgcim) da Venezuela, informou hoje o boletim de notícias Noticiero Digital. A notícia não foi confirmada.
González López, ligado ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, considerado o número dois do regime chavista, foi afastado da direção do Sebin em 26 de outubro. Pode estar apenas depondo.
De acordo com o jornal El Nuevo Heraldo, é uma manobra da ditadura comunista de Cuba para diminuir o poder de Cabello. Quando Chávez estava morrendo e precisava indicar um sucesso, Fidel Castro preferiu Maduro.
A queda de González López é um sinal de divisão na ditadura de Nicolás Maduro, no momento em que o o governo venezuelano recorre ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em busca de ajuda alimentar para a população faminta e dependente do carnê de racionamento do regime.
Com queda do produto interno bruto pela metade nos últimos 5 anos, inflação prevista para chegar a 1.800.000% em 2018, desabastecimento generalizado e mais de 80% da população na miséria, a Venezuela vive a pior crise econômica de uma economia em desenvolvimento nas últimas décadas.
Mais de 4 milhões de pessoas fugiram do país nos últimos anos. A expectativa é de uma revolta iminente dentro do regime, que cooptou as Forças Armadas, para derrubar Maduro, considerado o pior chefe de governo hoje no mundo.
González López controlou o Ministério do Interior e o Sebin de 2014 a 2016. Seu afastamento seria resultado de uma luta interna pelo poder entre Cabello e o vice-presidente Tareck al-Aissami.
Uma televisão venezuelana noticiou que o ex-subdiretor do Sebin Carlos González, detido há uma semana, também estaria sendo interrogado. Ele estaria numa cela com generais aliados do finado caudilho Hugo Chávez que caíram em desgraça sob Maduro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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