O presidente Donald Trump pretendia ordenar ao Departamento de Justiça em abril a abertura de processos contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, sua adversária na eleição presidencial de 2016, e o ex-diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation) James Comey. Foi advertido pelo advogado-geral da Casa Branca que isso poderia deflagrar um processo de impeachment, noticiou o jornal The New York Times.
A pressão levou o advogado-geral, Donald McGahn, a pedir demissão. Revela claramente a intenção de Trump de usar o Departamento da Justiça, um órgão independente, para perseguir seu adversários políticos como num país ditatorial.
Apesar da advertência, o presidente continuou discutindo a questão em encontros privados. Queria nomear um procurador especial para investigar Comey e Hillary.
Depois das eleições intermediárias de 6 de novembro, demitiu o secretário da Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, substituindo-o por um procurador subserviente, Matthew Whitaker, que fez anteriormente várias declarações contra o inquérito do procurador especial Robert Mueller, que investiga um possível conluio da campanha de Trump com a Rússia.
Whitaker foi acusado de participar de uma organização que recebeu uma doação ainda não identificada de US$ 1 milhão, o que compromete sua atuação como supervisor do inquérito sobre a Rússia.
A Casa Branca não comentou.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
Trump queria mandar o Departamento da Justiça a processar Hillary e Comey
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