O Partido Democrata tem 87,7% de chance de reconquistar a maioria na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, enquanto o Partido Republicano tem 81,1% de chance de manter a maioria no Senado nas eleições desta terça-feira, pelos cálculos do sítio 538, do matemático Nate Silver, que usa modelos estatísticos para prever resultados eleitorais.
Silver era considerado o mago das pesquisas, mas errou o resultado da eleição de Donald Trump, quando dava 71% de chance de vitória para Hillary Clinton no Colégio Eleitoral. Ele alega que Hillary perdeu porque teve um desempenho abaixo das pesquisas no Meio-Oeste e no Cinturão da Ferrugem.
Estão em jogo nestas eleições as 435 cadeiras da Câmara, 35 das 100 cadeiras do Senado e 39 governos estaduais. Pela pesquisa divulgada hoje à noite pela rede de televisão CNN, 55% devem votar em democratas e 44% em republicanos. Como os deputados são eleitos pelo voto distrital, cada cadeira é disputada numa eleição diferente.
Se os democratas perderem amanhã, Silver acredita que será por causa da excelente situação econômica e por que os republicanos redesenharam os distritos eleitorais nos estados que dominam. Por outro lado, a oposição costumam levar vantagens nas eleições de meio de mandato e a popularidade do presidente é muito baixa, de 42% na média das pesquisas.
Trump fez campanha até o último minuto com um discurso do medo, acenando com a ameaça de três caravanas de imigrantes da America Central, com um total de 7 mil miseráveis, que se aproximam lentamente do território americano, onde vão chegar muito depois das eleições.
Por razões meramente eleitoreiras, o presidente deslocou 5,2 mil soldados do Exército para conter o que descreve como uma "invasão". Trump acusa os democratas de quererem abrir a fronteira e o megainvestidor George Soros, um judeu húngaro naturalizado americano, de patrocinar as caravanas.
Quando o terrorista Robert Bowers atacou uma sinagoga nove dias atrás em Pittsburgh, na Pensilvânia, matando 11 de judeus, gritou que "todos os judeus têm de morrer" e citou Soros como patrocinador da "invasão".
Com o país altamente radicalizado, as eleições devem ser um plebiscito sobre o governo Trump.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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