quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Central sindical convoca greve geral para segunda-feira na França

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou uma greve geral para a próxima segunda-feira, 3 de dezembro, em protesto contra a política de energia do presidente Emmanuel Macron, que provocou uma onda de manifestações dos chamados coletes amarelos por toda a França, com explosões de violência na Avenida dos Campos Elísios, em Paris, onde restaurantes foram atacados.

O protesto inicial é contra o aumento nos preços dos combustíveis previsto para o começo de 2019. Embora o governo Macron tenha feito apenas pequenos ajustes para preparar a França para cumprir as metas do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, a agitação social em grande escala visa a paralisar o amplo programa de reformas do presidente para modernizar a economia, cortar subsídios e aumentar o nível de emprego.

Macron cedeu, prometendo que os futuros reajustes de preços e impostos sobre combustíveis devem seguir as oscilações do mercado internacional. O presidente anunciou o fechamento de todas as fábricas de carvão até 2022 e de 14 dos 58 reatores nucleares da França até 2035. A energia nuclear é responsável por 75% da geração de energia elétrica no país.

Pela avaliação dos cientistas do Painel Internacional sobre Mudança do Clima (IPCC), as metas voluntárias propostas pelos países que assinaram o Acordo de Paris, as "chamadas contribuições determinada nacionalmente", levarão a um aumento de 3,2 graus centígrados na temperatura média do planeta até o fim do século. A meta do IPCC é um aumento de 1,5ºC a 2ºC.

Para zerar as emissões de gases carbônicos até 2050, como quer a União Europeia, e atingir a meta do IPCC, será necessário um esforço muito maior. Se um reajuste modesto como propõe Macron causou toda esta reação, a perspectiva de atingir a meta fica totalmente prejudicada.

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