sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Negociador americano vai à Venezuela mediar entre governo e oposição

O mediador americano Jim Tull esteve em Caracas na semana passada para tentar restabelecer o diálogo entre a ditadura de Nicolás Maduro e a oposição da Venezuela, revelou ontem o Escritório de Washington para a América Latina (WOLA), uma organização não governamental que promove a democracia, os direitos humanos e a justiça social na região.

A visita sinaliza um desejo do regime chavista de retomar o diálogo e de abrir um canal de comunicação com os Estados Unidos, encaminhando uma possível transição para a volta da democracia.

O governo Donald Trump deixou claro que sua política para a Venezuela é mudança de regime, o que bloqueia qualquer contato direto.

Ao afastar o diretor do Serviço Bolivarista de Inteligência Nacional (Sebin), general Gustavo González López, ligado ao presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, considerado o número dois do regime, Maduro indica uma divisão no chavismo no momento em que a economia entra em colapso, na pior crise da história recente de um país em desenvolvimento.

A economia encolheu à metade nos últimos cinco anos, a inflação deve chegar a 1.800.000% ao ano, o desabastecimento é generalizado e mais de 80% da população caíram na miséria.

O novo comandante é Christopher Figuera, ex-chefe do Centro para Segurança Nacional e Proteção, um serviço de inteligência criado por Maduro em 2013.

Através de González López, Cabello controlava as forças de segurança interna. Sua queda enfraquece o presidente da ANC na luta intestina pelo poder dentro do regime.

Cabello é um militar nacionalista do núcleo inicial do Movimento Nacionalista Bolivarista, que tentou dar um golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez em 4 de fevereiro de 1992 sob a liderança de Hugo Chávez. Sonhava em suceder Chávez.

Maduro, um motorista e sindicalista, foi o escolhido pelo ditador cubano Fidel Castro, mentor político de Chávez depois que chegou ao poder. Medíocre o incompetente, transformou o país numa terra arrasada.

Por enquanto, os dois vão continuar co-governando o país por medo de uma queda do regime, que os levaria à prisão. Em algum momento, é provável que jovens oficiais que não se beneficiam da corrupção generalizada do governo desastroso de Maduro, deem um golpe de Estado.

O regime chavista está desabando, mas a rebelião terá de vir de dentro das Forças Armadas, avalistas do madurismo.

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