A ditadura comunista da Coreia do Norte advertiu que poderá retomar seu programa nuclear e reforçar seu arsenal de armas atômicas, se os Estados Unidos não retiraram as sanções econômicas, reportou hoje a agência Associated Press (AP).
Em nota divulgada ontem à noite pelo Ministério do Exterior, o regime stalinista pressiona os EUA na expectativa de obter mais concessões no encontro da próxima semana do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, com o chanceler norte-coreano.
Depois de uma série de testes de bombas atômicas e mísseis balísticos, e de uma troca de ameaças de guerra no ano passado, o ditador Kim Jong Un adotou um tom conciliador a partir da mensagem de Ano Novo. Encontrou-se três vezes com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, e com o presidente americano, Donald Trump, em 12 de junho, em Cingapura.
Naquele histórico encontro de cúpula, o primeiro de um presidente dos EUA no exercício do cargo com um ditador da Coreia do Norte, os dois líderes prometeram desnuclearizar a Península Coreana e chegar a um acordo de paz para por fim à Guerra da Coreia (1950-53).
Desde então, os EUA exigem que a Coreia do Norte faça um cronograma para entregar dentro de seis a nove meses 60% a 70% de suas armas nucleares. A ditadura de Pyongyang rejeita o que chama de "desarmamento unilateral", enquanto o governo Trump afirma que só vai levantar as sanções internacionais quando houver um desarmamento nuclear.
A posição de Kim também visa a obter um relaxamento das sanções pela China e a Rússia, rivais dos EUA que tentam minar a superioridade da superpotência. A chantagem atômica tem sido usada pela Coreia do Norte desde o fim da União Soviética, em 1991, na busca de energia e alimentos para sua combalida economia.
Kim chegou ao poder com a morte do pai, em dezembro de 2011, meses depois da queda e morte do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, que havia feito um acordo com o Ocidente para entregar suas armas de destruição em massa. O ditador norte-coreano passou então a investir no programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime.
Em um acordo de paz definitivo, a Coreia do Norte e a China podem exigir a retirada total dos 28,5 mil soldados americanos estacionados na Coreia do Sul.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sábado, 3 de novembro de 2018
Coreia do Norte ameaça retomar programa nuclear por causa das sanções
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