sábado, 17 de novembro de 2018

Fundador do WikiLeaks deve ser deportado para os EUA

Depois de ficar seis anos refugiado na Embaixada do Equador em Londres, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, uma empresa de Internet especializada em piratear e divulgar dados de governos e empresas que considera suspeitos, não deve escapar de uma extradição para os Estados Unidos.

Por engano, um tribunal dos EUA revelou há dois dias que uma assessora do procurador especial Robert Mueller, que investiga a influência indevida da Rússia nas eleições americanas de 2016, denunciou Assange em agosto por divulgar mensagens de correio eletrônico obtidas pelos russos.

A denúncia estava em segredo para não prejudicar o inquérito. Como o atual governo equatoriano o pressiona a sair da embaixada, a expectativa é que ele seja forçado a sair em breve.

O dono do WikiLeaks se refugiou na embaixada do Equador no Reino Unido para escapar de um mandado pan-europeu da Justiça da Suécia, que queria interrogá-lo sobre crimes sexuais. A Procuradoria da Suécia retirou as acusações, mas a Justiça britânica queria prendê-lo por violar os termos de sua liberdade condicional.

Desde o início, Assange, um anarquista australiano, afirma que o objetivo era extraditá-lo para os EUA por ter divulgado mais de 250 mil documentos sigilosos do Departamento de Estado americano, além de material sobre crimes cometidos durante a invasão do Iraque, vazadas pelo soldado Bradley Manning, hoje Chelsea Manning, que recebeu indulto do presidente Barack Obama.

Não se sabe quais as acusações contra Assange. Se a denúncia inicial poderia ser rejeitada pela Justiça dos EUA em nome da liberdade de imprensa, a conspiração com a Rússia para interferir no resultado das eleições americanas é muito mais grave.

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