quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Ministro da Defesa de Israel renuncia por "capitulação ao terror"

O ultralinha-dura Avigdor Lieberman, líder do partido ultranacionalista Yisrael Beitenu (Israel Nossa Casa), pediu demissão hoje do cargo de ministro da Defesa de Israel, noticiou a imprensa israelense. 

Lieberman afirmou que a resposta "drasticamente inadequada" aos ataques de mais de 460 foguetes disparados da Faixa de Gaza por facções extremistas palestinas é uma "capitulação ao terror" e pediu a convocação de eleições antecipadas.

Lieberman protestou contra a trégua negociada pelo Egito: "O que aconteceu ontem, junto com o acordo com o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica), é uma capitulação ao poder", denunciou, em entrevista coletiva na Knesset, o Parlamento de Israel.

"Estamos pagando um preço alto sem um plano de longo prazo para reduzir a violência contra nós", argumentou Lieberman. Num ataque direto ao primeiro-ministro linha-dura, ele declarou que "discorda fundamentalmente" de uma série de medidas, inclusive a permissão de que o emirado do Catar dê uma ajuda de US$ 15 milhões a Gaza.

Com a saída do Yisrael Beitenu, o governo liderado pelo partido Likud tem agora uma maioria mínima de 61 dos 120 deputados da Knesset. As próximas eleições devem ser realizadas dentro de 12 meses. Netanyahu não pensa em antecipá-las e deve acumular a chefia do governo com o Ministério da Defesa.

Outro partido linha-dura, Beit Yehudi (Lar Judaico), quer reivindicar o cargo para seu líder, Naftali Bennett, atual ministro da Educação. Lieberman e Bennett são rivais. Disputam o mesmo segmento do eleitorado. Nas últimas semanas, Bennett acusou Lieberman de ser frouxo na resposta ao Hamas.

Durante homenagem ao fundador e primeiro primeiro-ministro de Israel, David Ben Gurion, Netanyahu defendeu a decisão de aceitar a trégua negociada pelo Egito: "Em momentos de emergência, o público nem sempre pode saber de considerações que devem ser escondidas do inmigo. Nossos inimigos imploraram por um cessar-fogo e sabem bem por quê."

O Hamas festejou o cessar-fogo como uma vitória. Pelo menos 18 palestinos, inclusive um comandante do Hamas, e um soldado israelense morreram no confronto, o pior desde a última guerra na Faixa de Gaza, em 2014.

Bennett, Lieberman, o ministro da Justiça, Ayelet Shaked, e o ministro do Meio Ambiente, Zeev Elkin, queriam uma nova guerra. Foram derrotados ontem numa votação interna durante uma reunião de sete horas do gabinete israelense.

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