sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Trump teve papel central na compra do silêncio de amantes

Ao contrário do que afirmou nos últimos dois anos, o presidente Donald Trump participou diretamente dos esquemas para comprar o silêncio de duas mulheres com quem teve casos amorosos. 

Trump não queria que os escândalos fossem revelados durante a campanha eleitoral de 2016 nos Estados Unidos, noticiou hoje o jornal conservador The Wall Street Journal, que apoia o presidente.

Diretamente ou através de seu advogado, Michael Cohen, Trump esteve envolvido em cada passo dos acordos com a ex-garota da Playboy Karen McDougal e com a atriz pornô Stormy Daniels para encobrir os escândalos sexuais. Como o dinheiro não foi declarado como verba da campanha, o presidente pode ser acusado de violar a lei federal sore financiamento de campanhas eleitorais

Em agosto de 2015, Trump recebeu na Trump Tower, sua residência em Nova York, o executivo de mídia David Pecker, que comprou os direitos da história da ex-playgirl para que nunca fosse publicada. Na ocasião, perguntou ao amigo: "O que você pode fazer para ajudar minha campanha?"

Menos de um ano depois, o National Enquirer, um dos jornais mais sensacionalistas dos EUA, pagou US$ 150 mil a Karen McDougal. Trump agradeceu ao amigo. A história nunca foi publicada. O acordo com Stormy Daniels custou US$ 120 mil.

Trump orientou as negociações em telefonemas e encontros com Cohen, que fez acordo de delação premiada. Em 23 de outubro, em entrevista ao Journal, Trump não respondeu se havia falado com o advogado sobre os pagamentos às mulheres.

Quando fez acordo com a procuradoria federal  de Manhattan, em agosto, Cohen confessou ser culpado por violar a lei de financiamento eleitoral e contou ter "se coordenado com um ou mais membros da campanha, inclusive através de encontros e telefonemas, sobre os fatos, a natureza e a hora dos pagamentos."

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