Ao contrário do que afirmou nos últimos dois anos, o presidente Donald Trump participou diretamente dos esquemas para comprar o silêncio de duas mulheres com quem teve casos amorosos.
Trump não queria que os escândalos fossem revelados durante a campanha eleitoral de 2016 nos Estados Unidos, noticiou hoje o jornal conservador The Wall Street Journal, que apoia o presidente.
Diretamente ou através de seu advogado, Michael Cohen, Trump esteve envolvido em cada passo dos acordos com a ex-garota da Playboy Karen McDougal e com a atriz pornô Stormy Daniels para encobrir os escândalos sexuais. Como o dinheiro não foi declarado como verba da campanha, o presidente pode ser acusado de violar a lei federal sore financiamento de campanhas eleitorais
Em agosto de 2015, Trump recebeu na Trump Tower, sua residência em Nova York, o executivo de mídia David Pecker, que comprou os direitos da história da ex-playgirl para que nunca fosse publicada. Na ocasião, perguntou ao amigo: "O que você pode fazer para ajudar minha campanha?"
Menos de um ano depois, o National Enquirer, um dos jornais mais sensacionalistas dos EUA, pagou US$ 150 mil a Karen McDougal. Trump agradeceu ao amigo. A história nunca foi publicada. O acordo com Stormy Daniels custou US$ 120 mil.
Trump orientou as negociações em telefonemas e encontros com Cohen, que fez acordo de delação premiada. Em 23 de outubro, em entrevista ao Journal, Trump não respondeu se havia falado com o advogado sobre os pagamentos às mulheres.
Quando fez acordo com a procuradoria federal de Manhattan, em agosto, Cohen confessou ser culpado por violar a lei de financiamento eleitoral e contou ter "se coordenado com um ou mais membros da campanha, inclusive através de encontros e telefonemas, sobre os fatos, a natureza e a hora dos pagamentos."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário