A Frente Ampla de oposição na Venezuela convocou uma nova onda de protestos nacionais a partir de 10 de janeiro de 2019, dia da posse do ditador Nicolás Maduro para um novo mandato.
Seus objetivos são "defender a Constituição" e apelar às Forças Armadas para "restabelecer a ordem constitucional", noticiou ontem o jornal Versión Final, editado na cidade de Maracaibo.
Em uma reunião chamada de Congresso Venezuela Livre, a Frente lançou um manifesto pela mudança política no país com base em uma série de encontros regionais. O texto fala em "reunificar" as forças que lutam contra a ditadura.
Como não reconhecem o resultado da eleição presidencial de 22 de maio, as oposições venezuelanas negam legitimidade ao novo mandato de Maduro. O documento também apela à sociedade internacional para "reconhecer a luta democrática do povo venezuelano e a intensificar as pressões e as ações que contribuam para o fim da ditadura", alegando que o regime chavista é uma ameaça para o mundo e especialmente para a região.
Os protestos devem ser contidos enquanto a polícia e as Forças Armadas mantiverem lealdade do regime, mas sua capacidade para reprimir as manifestações será limitada pela escassez de combustíveis no país com as maiores reservas mundiais de petróleo.
Ontem, as Nações Unidas anunciaram uma "ajuda humanitária de emergência" de saúde e alimentos ao governo da Venezuela no valor de US$ 9,2 milhões para tentar conter a fuga em massa do país. Mais de 4 milhões de pessoas saíram no país nos últimos quatro anos para fugir da depressão econômica de 50%, da hiperinflação prevista para atingir 1.800.000% neste ano, e o desabastecimento generalizado de remédios e alimentos.
A ONU trabalha com um número menor, mas pesquisadores e acadêmicos venezuelanos argumentam que não leva em conta quem tem dupla nacionalidade e quem não fez uma declaração de saída definitiva.
Na Colômbia, a vice-presidente Marta Lucía Ramírez afirmou nesta terça-feira em Miami que a "tragédia da diáspora venezuelana" exige a ajuda todos os países da região para acolher os refugiados, Mais de 1 milhão foram para a Colômbia, além do regresso de colombianos que fugiram para o país vizinho durante a longa guerra civil colombiana.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Oposição da Venezuela convoca protesto para dia da posse de Maduro
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