quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Prisão de executiva da Huawei ameaça trégua entre EUA e China

A China exigiu hoje a libertação imediata da diretora financeira da empresa de equipamentos de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, presa no Canadá a pedido de autoridades dos Estados Unidos. Filha do fundador da companhia ligada ao Partido Comunista, é vista como provável sucessora do pai.

Seu pai, o engenheiro militar Ren Zhengfei, de 74 anos, fundou em 1983 a empresa, que está no centro da competição tecnológica entre os EUA e a China. Por sua proximidade com a ditadura militar chinesa, sob pressão dos EUA, a Huawei, hoje a maior empresas de equipamentos de telecomunicações do mundo, está sendo excluída de concorrência internacionais para implantação da tecnologia de telecomunicação móvel de quinta geração (5G).

Há o temor de que os equipamentos da Huawei sejam usados para espionagem do regime comunista chinês. A companhia britânica British Telecom foi a última a vetar a Huawei na implantação da tecnologia 5G. A Alemanha, que fará no ano que vem a concorrência para implantar a tecnologia 5G deve excluir a firma chinesa.

O motivo da prisão seria a violação das sanções impostas pelos EUA ao Irã. A capacidade de retaliação da China é enorme. A Apple, segunda maior empresa do setor de alta tecnologia dos EUA, tem 20% de seu faturamento e grande parte de sua produção na China. Este é apenas um exemplo.

Hoje, o Ministério do Comércio chinês confirmou que o acordo feito sábado em Buenos Aires, durante a reunião de cúpula do Grupo dos 20, entre o presidente Donald Trump e o ditador Xi Jinping para uma trégua de 90 dias na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A China concordou em importar mais produtos agrícolas e energia dos EUA, reduzir a tarifa de importação de automóveis americanos, hoje em 40%, e aumentar a proteção à propriedade intelectual de empresas americanas.

Tudo isto está ameaçado pela prisão de Meng Wanzhou.

No momento, o Índice de Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, cai 465 pontos (1,9%) por causa da prisão e da queda nos preços internacionais do petróleo em 4% para menos de US$ 59 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York pelo temor de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não consiga reduzir a oferta.. A queda atinge todos os grandes mercados do mundo.

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