quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Ex-advogado de Trump é sentenciado a três anos de prisão

Apesar de colaborar com a Justiça, Michael Cohen, o antigo advogado particular do presidente Donald Trump recebeu hoje uma sentença de três anos de prisão e multa de US$ 2 milhões por vários crimes cometidos trabalhando para Trump. O presidente também foi implicado, mas enquanto estiver no poder só pode ser processado num impeachment.

Cohen cometeu fraudes fiscal e bancária, mentiu sob juramento em depoimento do Congresso dos Estados Unidos sobre negócios com a Rússia e comprou o silêncio de duas ex-amantes do presidente para abafar os escândalos durante a campanha eleitoral.

Pela lei de financiamento eleitoral dos EUA, o dinheiro teria de ser declarado como despesa de campanha. Trump dirigiu as negociações com as ex-amantes e também foi implicado pelo Departamento da Justiça. Nos EUA, o presidente não pode ser processado pela Justiça no exercício do cargo, somente pelo Congresso num impeachment.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, Trump alegou que não pode ser afastado num processo de impeachment porque não fez nada de errado. Considerou o fato de 14 assessores terem mantido contatos com a Rússia insignificante.

O advogado fez um apelo emocional ao juiz federal William Pauley, do distrito de Nova York: "Minha fraqueza pode ser caracterizada como lealdade cega a Donald Trump", declarou Cohen diante de um tribunal lotado.

Ele confessou ter mentido ao Congresso quando afirmou que os contatos de Trump com russos para construir uma Trump Tower em Moscou tinham cessado antes do início das eleições primárias para escolha dos candidatos à Casa Branca, em janeiro de 2016.

Para afastar um presidente, a Câmara dos Representantes deve abrir um processamento de impeachment com votos da maioria absoluta dos deputados, com um mínimo de 217 votos. A condenação depende dos votos de dois terços do Senado, 67 votos.

Como o Partido Democrata conquistou a maioria na Câmara nas eleições de 6 de novembro, pode iniciar o impeachment, mas não deve fazer isso se não houver chance de condenação no Senado, onde os republicanos têm 53 cadeiras e os democratas, 47. É necessária, portanto, o apoio de 20 senadores republicanos.

Diante das evidências crescentes de conluio da campanha de Trump com o governo da Rússia para derrotar a candidata democrata, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, em carta aberta no jornal The Washington Post, 44 ex-senadores dos dois partidos defenderam a necessidade de preservar a Constituição e a democracia nos EUA.

Se não alvo de um impeachment, Trump deve ser processado quando deixar a Casa Branca.

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