sábado, 1 de dezembro de 2018

Protesto dos coletes amarelos termina com violência, saques e prisões em Paris

A terceira jornada de manifestações dos coletes amarelos, que inicialmente protestavam contra o aumento nos impostos sobre combustíveis na França, degenerou em violência neste sábado, com pelo menos 263 feridos, sendo 81 policiais, 630 prisões, carros, prédios públicos e privados incendiados e lojas saqueadas, especialmente na Avenida dos Campos Elísios e arredores, no centro de Paris. O Arco do Triunfo de Napoleão foi pichado.

Os protestos na capital, na Gironda, em Brest, Toulouse, Montpellier, Lille e Marselha mobilizaram 136 mil pessoas, de acordo com os manifestantes, ou 75 mil, na estimativa do Ministério do Interior. Foram as piores cenas de violência política desde a Revolução dos Estudantes, em maio de 1968. Em três semanas de protestos, quatro pessoas morreram.

Como de costume, as marchas começaram pacificamente, mas cerca de 1,5 mil jovens vândalos conhecidos como casseurs (quebradores), os black blocs da França, partiram para a violência e atacaram a polícia. Em Puy-en-Velay, eles incendiaram a sede do governo do Departamento do Alto Loire. Os aeroportos das cidades de Nantes e de Nice foram bloqueados.

Para conter a violência, a polícia usou 9.861 granadas, sendo 3.827 de gás lacrimogênio. Os canhões d'água dispararam 136,8 mil litros. Os sindicatos da polícia querem a decretação de estado de emergência.

"O que aconteceu hoje nas ruas de Paris não tem nada a ver com uma indignação legítima. Nenhuma causa justifica que as forças de segurança sejam atacadas, que lojas sejam pilhadas, que prédios públicos e privados sejam incendiados, que transeuntes e jornalistas sejam ameaçados e que o Arco do Triunfo seja sujo", declarou o presidente Emmanuel Macron em Buenos Aires, onde participa da reunião de cúpula do Grupo dos 20 (19 maiores economias do mundo e a União Europeia).

De um movimento contra a política energética, as manifestações dos coletes amarelos se ampliaram para um protesto generalizado contra as reformas do presidente Macron para modernizar a economia, equilibrar as finanças públicas e reduzir o desemprego na França.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou uma greve geral para segunda-feira na expectativa de encurralar o governo e derrubar as reformas liberalizantes de Macron.

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