Depois de quatro dias de baixa, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, subiu hoje 1.086 pontos (4,98%), sua maior alta diária em pontos e a maior percentualmente desde 2009. Todas as 30 ações do índice operaram em alta, assim como os 11 setores do índice amplo S&P 500 (+4,96%).
Empresas de alta tecnologia como Amazon, Facebook e Netflix ganharam mais de 8%. A bolsa Nasdaq, de empresas de alta tecnologia, avançou ,5,8%.
O barril de petróleo West Texas Intermediate, padrão do mercado americano, subiu 8,7% na Bolsa Mercantil de Nova York. Foi o maior aumento desde 30 de novembro de 2016, para US$ 46,56, depois da atingir na segunda-feira o menor preço em um ano e meio por medo da fraqueza da economia.
Nas quatro sessões anteriores, o Índice Dow Jones havia perdido 1.800 pontos, quase 8%, por temor do mercado de que a maior economia do mundo esteja entrando num período difícil por causa de problemas políticos.
A guerra comercial com a China, a paralisação das atividades não essenciais do governo federal dos EUA, as críticas do presidente Donald Trump ao Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central americano, e a mudança de controle para a oposição na Câmara dos Representantes a partir de 3 de janeiro de 2019 enervaram o mercado.
Para acalmar os investidores, o presidente do Conselho de Conselheiros Econômicos da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou que o presidente do Fed, Jerome Powell, está 100% seguro no cargo, apesar dos ataques de Trump. O presidente foi advertido de que seus comentários não ajudam.
Quando a bolsa estava em alta, Trump reivindicava o sucesso para si. Com as baixas frequentes, passou a culpar o Fed.
O Índice Dow Jones caíra 18,8% do pico de outubro até a véspera do Natal. A recuperação de hoje foi feita com volume de negócios menor, por causa das festas de fim de ano. "O rali tirou algum sal das feridas dos investidores, mas amanhã será o dia-chave para sabermos se é sustentável", comentou Stephen Guilfoyle, da empresa Sarge986 LLC.
Apesar da recuperação parcial, os três índices caíram mais de 10% em dezembro e 5% no ano como um todo. O Dow Jones e o S&P 500 começaram o dia à beira do chamado mercado do urso, definido como uma baixa de 20% em relação ao pico mais recente. Com a alta, as perdas são de 14,7% e 15,8%.
Na semana passada, a bolsa Nasdaq foi a primeira dos principais índices a entrar no mercado do urso desde o fim da Grande Recessão (2008-9). Hoje, a queda ficou em 19,2%.
A maioria dos economistas não espera uma recessão em 2019, mas acredita que o ritmo forte deste ano não será repetido. A última estimativa do produto interno bruto do terceiro trimestre indicou um aumento em ritmo anual de 3,4%.
O mercado está de olho no consumo pessoal. De 1º de novembro a 24 de dezembro, as vendas no varejo, excluídos os automóveis, cresceram 5,1% em comparação com o mesmo período no ano passado. Foi o melhor resultado em seis anos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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