Diante da ameaça de uma derrota acachapante, a primeira-ministra Theresa May acaba de anunciar que a votação sobre a saída do Reino Unido da União Europeia na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, marcada para amanhã, foi adiada. Ela pretende reabrir as negociações para obter mais concessões do Conselho Europeu.
Em discurso na Câmara, May declarou que o governo vai retomar a discussão durante esta semana, mas não indicou quando a votação será realizada. O líder da oposição, Jeremy Corbyn, afirmou que "o governo perdeu o controle da situação" e que "este é um mau acordo para o país".
À frente nas pesquisas de opinião, o líder trabalhista pressiona o governo para convocar eleições gerais antecipadas e tomar o poder. Se o governo britânico voltar a negociar com o Conselho Europeu, vai precisar do apoio do Parlamento, exigiu Corbyn.
May respondeu que o líder da oposição quer a renegociação, mas alega que será impossível porque a UE não aceitaria. Ela insistiu que o acordo acertado com os outros 27 países-membros é o melhor para o país, contrariando estudos de economistas.
O principal ponto da renegociação seria a fronteira entre a Irlanda do Norte, que pertence ao Reino Unido, e a República da Irlanda, aberta com o acordo de paz norte-irlandês, de 1998. Se o Reino Unido deixar a união aduaneira com a UE, poderia haver de novo uma fronteira "dura", ameaçando a paz na província do Úlster.
De acordo com a análise do próprio governo conservador, com este acordo, a economia britânica cresceria 3,9% a menos nos próximos 15 anos do que se o Reino Unido ficar na UE. Um estudo do Banco da Inglaterra prevê uma queda de até 10,9% do produto interno bruto em cinco anos, caso o país deixe o bloco europeu sem qualquer acordo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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