sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Trump é implicado pela compra do silêncio de amantes

O procurador especial Robert Mueller encaminhou hoje à Justiça documentos que implicam o presidente Donald Trump na compra do silêncio de ex-amantes e procuradores federais revelaram que o advogado Michael Cohen manteve contato com um russo que ofereceu "sinergia política" para a campanha de Trump à Casa Branca, noticiou o jornal The Washington Post.

Imediatamente Trump declarou que os novos elementos "isentam totalmente o presidente". Mais uma de suas milhares de mentiras. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou que os documentos relativos a Cohen "não dizem nada de novo que não soubéssemos".

Cohen confessou haver mantido contato em novembro de 2015 com um cidadão russo que se apresentou como uma "pessoa confiável" que ofereceu "sinergia política" e "sinergia a nível governamental". O agora ex-advogado de Trump rejeitou o convite porque estava trabalhando com outro russo no projeto de construção de uma Trump Tower em Moscou.

O primeiro russo insistiu e propôs a realização de um encontro entre Trump e o ditador da Rússia, Vladimir Putin, sob o argumento de que teria um impacto "fenomenal", "não apenas na política, mas com uma dimensão também nos negócios".

No memorando referente à compra do silêncio das ex-amantes de Trump, os procuradores de Nova York identificam três pessoas que participaram de uma reunião para encobrir os escândalos, em agosto de 2014: Cohen, o Indivíduo 1 e o Diretor-Presidente 1. Trump é o indivíduo. O diretor-presidente é David Pecker, da empresa que edita o jornal sensacionalista National Enquirer.

Em agosto de 2018, Cohen admitiu a culpa por violar a lei de financiamento de campanhas eleitorais quando acertou o pagamento de US$ 130 mil para a atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels. O dinheiro tinha de ser declarado como despesa de campanha.

Com sua delação premiada, Cohen pretendia escapar da prisão. Como mentiu várias vezes, os procuradores querem que pegue uma pena de pelo menos três anos e meio de cadeia.

No documento de 38 páginas encaminhado ao juiz federal William Pauley, os procuradores argumentam: "Ele procura uma leniência extraordinária - uma sentença sem prisão - baseada na sua visão cor-de-rosa da seriedade de seus crimes" e por ter fornecido "certas informações para as autoridades. Mas os crimes cometidos por Cohen são mais sérios do que essa submissão permite e foram marcados por um padrão de falsidade que permeou sua vida profissional."

Para a acusação, Cohen é "um homem cuja perspectiva de vida foi frequentemente trapacear", por isso não merece escapar da cadeia.

"Depois de enganar a Receita Federal durante anos, mentir a bancos e ao Congresso, e procurar influenciar criminalmente a eleição presidencial, a decisão de Cohen de se declarar culpado - em vez de pedir perdão por seus múltiplos crimes - não o torna um herói", diz o memorando dos procuradores federais nova-iorquinos.

O memorando de Mueller, o procurador especial nomeado para investigar um possível conluio da campanha de Trump com a Rússia, afirma que Cohen "repetiu muitas de suas falsas declarações anteriores", quando foi interrogado por sua equipe em agosto.

Só em 12 de setembro, depois de confessar a culpa por crime eleitoral, Cohen reconheceu que "suas declarações prévias sobre o Projeto Moscou [da Trump Tower] tinham sido deliberadamente falsas e enganosas."

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