Apesar das pressões do presidente Donald Trump, o Conselho da Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou hoje sua taxa básica de juros pela quarta vez no ano em 0,25 ponto percentual, para uma faixa de 2,25% a 2,5%.
Foi a nona elevação desde que o banco central americano começou a normalizar a política monetária, em dezembro de 2015, depois de manter a taxa básica praticamente zerada, em 0-0,25% ao ano, desde dezembro de 2008 para combater a Grande Recessão, deflagrada pela falência do banco Lehman Brothers, em 14 de setembro daquele ano.
Em entrevista coletiva, o presidente do Fed, Jay Powell, acenou com uma desaceleração no aumento dos juros. A expectativa era de três altas em 2019. Devem ser apenas duas, mas o Comitê de Mercado Aberto deixou claro que serão necessários mais aumentos.
A principal diferença é que, em novembro, o comitê falou que "tinha expectativa" de novos aumentos. Agora, "julga" que seria adequados. Onze dos 17 membros acreditam que duas altas serão suficientes.
Na segunda-feira, o presidente declarou no Twitter: "É incrível que o Fed esteja considerando outra alta de juros." Em entrevista à rede de televisão americana CNN, o ex-presidente do Fed, Alan Greenspan, afirmou que taparia os ouvidos para ignorar as pressões de Trump.
O mercado financeiro recebeu a notícia com medo de deterioração da economia por causa da expectativa de duas em vez de três altas no próximo ano. O Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, perdeu 352 pontos (1,49%) e fechou em 23.323,66, 733 pontos abaixo do pico do dia.
A economia dos EUA deve terminar o ano com crescimento de 3%. Cresce sem parar desde o terceiro trimestre de 2009. O núcleo da inflação, expurgados os preços mais voláteis da medicamentos e alimentos, caiu de 2,1% ao ano em setembro para 1,9%. O Fed persegue uma meta informal de 2% ao ano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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