Apesar da resistência de países como o Brasil, que volta a ser vilão internacional em questões ambientais, o acordo final da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima realizada em Katowice, na Polônia, formulou regras para aplicação do Acordo de Paris, especialmente métodos para medir as emissões de gases carbônicos, que causaram o aquecimento global.
"Acredito que no balanço final o resultado é fantástico", declarou a ministra do Meio Ambiente da Espanha, Theresa Ribera. "Criamos o que parecia ser muito difícil. Quase 200 países concordaram numa série de regras para governar a implementação do pacto de 2015."
O Acordo de Paris sobre Mudança do Clima prevê que cada país estabeleça suas próprias metas, as "contribuições nacionalmente determinadas". Não há imposição alguma. Mas houve problemas.
Sob pressão do Brasil, não foi criado o mercado de créditos de carbono para que os países possam negociar suas reduções de emissões. Pela fórmula apresentada pela diplomacia brasileira, poderia haver uma dupla contagem. O tema ficou para a conferência de 2019, que seria realizada no Brasil. Como o governo Jair Bolsonaro desistiu de realizá-la, o encontro deverá ser no Chile.
Outro problema é a ajuda financeira aos países em desenvolvimento para que adotem práticas ambientais mais saudáveis. Com a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris pelo presidente Donald Trump, o país mais rico do mundo está fora.
Quatro grandes produtores de petróleo, EUA, Rússia, Arábia Saudita e Kuwait, rejeitaram a última avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) sobre os riscos de uma elevação da temperatura de 1,5ºC e 2ºC em relação à média da era pré-industrial.
Hoje, a temperatura média está 1ºC acima da era pré-industrial e já há consequências nefastas, como os incêndios florestais na Califórnia e as ondas de calor.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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