O Ministério Público da Bolívia pediu ontem a prisão do ex-presidente Evo Morales por sedição, terrorismo e financiamento do terrorismo. A denúncia cita uma conversa telefônica de Morales com Faustino Yucra, dirigente do sindicato dos produtores de coca processado por tráfico de drogas, para articular manifestações de protesto e cercos a grandes cidades.
Evo Morales renunciou à Presidência da Bolívia em 10 de novembro sob pressão de uma revolta popular e do comandante das Forças Armadas por causa de uma fraude na eleição presidencial de 20 de outubro, denunciada pela missão observadora da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A renúncia coletiva, do presidente, do vice-presidente Álvaro García Linera e dos presidentes da Câmara e do Senado deixaram o país sem liderança, no que pareceu mais um golpe de Morales contra as instituições, depois de forçar uma terceira reeleição, quando a Constituição só admite duas, e fraudar a eleição.
Depois de deixar o cargo, Morales foi para sua região de origem, Chapare, no departamento de Cochabamba, e para o exílio no México, a convite do governo Andrés Manuel López Obrador, denunciando ter sido alvo de um golpe de Estado.
Na semana passada, depois da posse do novo presidente Alberto Fernández, Morales chegou a Buenos Aires. O ex-presidente deve ficar como asilado político na Argentina, de onde vai coordenar seu partido Movimento ao Socialismo na campanha para a eleição presidencial.
O novo governo peronista não reconhece a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, que era segunda vice-presidente do Senado. Não existe a menor chance de extraditar Morales.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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