Mais de 600 pessoas foram mortas desde o início do ano em Cabo Delgado, a província mais ao norte de Moçambique, distante da capital, Maputo. Só neste meses houve 17 ataques. Há suspeitas de que o grupo terrorista seja ligado ao Estado Islâmico.
A ofensiva terrorista dura dois anos e deixa um rastro de corpos mutilados, decapitados e esquartejados. O Estado Islâmico reivindicou 26 ataques. A origem e as fontes de financiamento do grupo são desconhecidos.
O Norte de Moçambique é povoado por pequenas vilas onde vivem agricultores de subsistência e pescadores, na região próxima ao Oceano Índico.
Jasmine Opperman, uma especialista africana em teologia islâmica e terrorismo, acreditam que existam entre sete e dez células terroristas operando em Cabo Delgado, mas até agora "não há provas de que haja uma ideologia ou uma liderança comum. Há indicações de extremismo muçulmano", mas a censura do governo moçambicano impede o acesso a informações mais detalhadas.
"É um problema séria e a Província do Estado Islâmico na África Central pode ter visto uma oportunidade", acrescenta a especialista. "O Estado Islâmico não precisa de uma grande organização. Precisa de representantes e algumas dessas células são o representante ideal."
Ela entende que o problema é regional e a maior potência da África Austral, a África do Sul, precisa apoiar o país vizinho, muito mais pobre.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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