sábado, 7 de dezembro de 2019

EUA e Irã trocam prisioneiros

Em um momento de alta tensão entre os dois países, o Irã libertou hoje o acadêmico americano Xiyue Wang, preso há mais de três anos na República Islâmica sob acusação de espionagem. Em troca, os Estados Unidos soltaram o respeitado cientista iraniano Massoud Soleimani, denunciado por violar o embargo econômico ao Irã.

Wang, de 38 anos, fazia doutorado na Universidade de Princeton. Foi preso em agosto de 2016, quando estudava a língua persa e pesquisava documentos históricos para sua tese. Os EUA sempre negaram que fosse um espião.

Mesmo assim, Wang foi condenado a dez anos de prisão. Um avião do governo da Suíça o levou de Teerã para Zurique, onde ele foi entregue ao representante especial para o Irã do Departamento de Estado americano, Brian Hook.

Nos EUA, o Departamento da Justiça retirou a denúncia contra o professor Soleimani, preso no ano passado no aeroporto de Chicago por tentar entrar no país com "material biológico" numa violação das sanções impostas pelo governo Donald Trump contra o programa nuclear do Irã. Ele seria libertado em janeiro de 2020 depois de fazer um acordo com a Justiça.

Ao comentar a troca de prisioneiros, o presidente Trump declarou ser um sinal de que os dois países podem negociar. Não há nada concreto a indicar uma ampliação do diálogo, mas fica uma esperança.

Em 8 de maio de 2018, o presidente americano rompeu o acordo nuclear com o Irã negociado pelo governo Barack Obama e as outras grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Seis meses depois, reimpôs duras sanções econômicas numa verdadeira guerra econômica contra o Irã.

Trump quer renegociar um acordo mais amplo, que inclua, além das armas nucleares, os mísseis de médio e longo alcances e a interferência política do regime fundamentalista iraniano em outros países do Oriente Médio, onde Teerã se apresenta como líder das populações muçulmanas xiitas.

No momento, a ditadura dos aiatolás está diante de grandes pressão das ruas. Desde 15 de novembro, os iranianos protestam nas grandes cidades contra um aumento de 300% no preço da gasolina. A repressão violenta matou pelo menos 300 pessoas.

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