O presidente Donald Trump revelou hoje que o acordo preliminar na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China deve ser assinado na Casa Branca em 15 de janeiro, na presença de altos funcionários chineses.
Ontem, o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, noticiara que o vice-primeiro-ministro Liu He vai a Washington no início de 2020 para firmar o acordo.
Trump acrescentou que deve ir a Beijim no futuro para assinar um segundo acordo que ainda está longe de ser concluído.
Em 13 de dezembro, as duas maiores economias do mundo anunciaram o acordo preliminar, uma trégua no conflito que aumentou as tarifas de importação sobre produtos no valor de meio trilhão de dólares em exportações anuais.
Como parte do acordo, os EUA suspenderam a aplicação de tarifas sobre US$ 156 bilhões em importações anuais da China e reduziram de 15% para 7,5% o imposto de importação sobre produtos chineses importados anualmente no valor de US$ 120 bilhões.
Por sua vez, a China se comprometeu a aumentar a compra de produtos agrícolas dos EUA e a proteção à propriedade intelectual, o que hoje interessa aos chineses, que registram cada vez mais patentes.
Os EUA queriam estabelecer uma meta de US$ 50 bilhões em exportações agrícolas para a China, que resistiu a fixar um valor. A China ficou de aumentar em US$ 200 bilhões em dois anos as importações dos EUA, que antes da guerra comercial estavam em US$ 130 bilhões por ano.
Com o acordo, o Centro Agro Global do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), em São Paulo, estima que o Brasil pode perder até US$ 10 bilhões.
O acordo preliminar, de 86 páginas, não foi publicado. As traduções e revisões finais ainda estão sendo concluídas. O assessor especial da Casa Branca para o comércio internacional, o linha-dura Peter Navarro, prometeu divulgar os detalhes "tão depressa quanto possível".
Para 2020, Navarro prevê o início de negociações com "o Reino Unido, a União Europeia, o Vietnã e quem quer estiver interessado num comércio justo com os EUA".
De qualquer maneira, o acordo preliminar com a China será apenas uma trégua na competição estratégia, econômica, científica, tecnologia e militar entre os dois países mais ricos do mundo pela supremacia mundial.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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