O preço do barril de petróleo do tipo Brent, padrão do centro financeiro de Londres, subiu 20%, de US$ 60 para US$ 71, na reabertura dos negócios depois dos ataques de drones ontem contra um campo de exploração de petróleo e a maior refinaria do mundo, na Arábia Saudita, segundo maior produtor e maior exportador mundial.
Com os ataques, a produção saudita caiu pela metade. O empresa estatal de petróleo Aramco promete restaurar na segunda-feira um terço da capacidade perdida, de 5,7 milhões de barris por dia, 6% da produção mundial. Seriam 2 milhões de barris por dia de volta ao mercado. Antes, falara em retomar toda a produção no início da semana.
"Foi definitivamente pior do que avaliamos nas primeiras horas depois do ataque, mas vamos assegurar que o mercado não enfrente nenhuma escassez até que estejamos plenamente de volta", declarou um alto funcionário saudita. Os Estados Unidos podem usar seus estoques para evitar um choque maior no mercado.
O ataque foi reivindicado pelos rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã que lutam na guerra civil do Iêmen contra o presidente deposto, Abed Rabbo Mansur Hadi. O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou o Irã, dizendo não haver certeza que os drones saíram do Iêmen.
Em pronunciamento na televisão, o presidente Hassan Rouhani negou qualquer responsabilidade do Irã. Ele acusou os EUA, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos de armar e financiar o outro lado na guerra civil do Iêmen, a pior tragédia humanitária hoje no mundo.
Uma investigação recente das Nações Unidas constatou que os hutis têm drones com alcance de quase 1,5 quilômetro. Portanto, poderiam ter atingido as instalações petrolíferas sauditas, que ficam a 800 km da fronteira iemenita.
De acordo com a televisão americana CNN, pelo ângulo do ataque, os EUA acreditam que possa ter partido do Irã ou do Iraque. O governo iraquiano negou que seu território tenha sido usado para lançar a revoada de drones.
O incidente atinge em cheio, tornando mais difícil um possível encontro entre os presidentes Donald Trump e Hassan Rouhani durante a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, no fim deste mês. Trump declarou que os EUA estão "carregados e engatilhados" para responder ao ataque militarmente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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