quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Egito prende 2 mil pessoas para conter protestos contra o ditador

Mais de 2 mil pessoas foram presas nos últimos dias no Egito. É uma tentativa do governo de acabar com as manifestações contra o ditador do país, marechal Abdel Fattah al-Sissi, que chegou ao poder num golpe de Estado em 2013 e prorrogou seu mandato até 2030.

Uma onda de manifestações da chamada Primavera Árabe provocou a queda do ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011. Durante uma breve experiência democrática, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, foi o primeiro e único líder do Egito eleito democraticamente. 

O autoritarismo e a intolerância da Irmandade Muçulmana deflagaram nova onda de protestos. A multidão voltou a tomar a Praça da Libertação, no centro do Cairo. Na prática, pediu uma intervenção militar.

Em 3 de julho de 2013, o comandante das Forças Armadas, marechal Al-Sissi, deu um golpe, acabou com a democracia e reimpôs o controle absoluto do chamado Estado profundo, formado pelas Forças Armadas, a polícia, os serviços secretos e empresários ligados ao regime. 

Mais de mil pessoas foram mortas logo depois do golpe. Os principais líderes da Irmandade Muçulmana foram presos e processados, inclusive Mursi, que morreu na prisão em 17 de junho deste ano.

Oito anos depois da Primavera Árabe, só a Tunísia, onde os protestos começaram, se tornou uma democracia. A Líbia, a Síria e o Iêmen estão até hoje em guerra civil. E o Egito voltou a ser uma ditadura ainda mais repressiva do que sob Mubarak. Mas o espírito da democracia sobrevive. Meu comentário:

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