Diante de mais um escândalo que pode justificar um processo de impeachment, o presidente Donald Trump sugeriu hoje que mencionou Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden, numa conversa telefônica com o novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em 25 de julho.
Em 12 de agosto, um agente secreto que ouviu a gravação advertiu o inspetor-geral de inteligência de que o presidente cometeu uma irregularidade capaz de afetar a segurança nacional dos Estados Unidos.
Em troca de um empréstimo de US$ 250 milhões necessário à recuperação da economia da Ucrânia, abalada pela guerra civil fomentada pela Rússia, Trump teria pedido que Zelensky investigasse Hunter Biden, que foi diretor de uma companhia de gás ucraniana quando o pai era vice-presidente do governo Barack Obama (2009-17).
Hoje, Joe Biden é o favorito para conquistar a candidatura do Partido Democrata à eleição presidencial de 2020. O adversário será Trump.
Na sua estratégia de se defender atacando, Trump e aliados atacaram Biden neste domingo, pedindo a abertura de inquérito sobre a atuação de pai e filho na Ucrânia. Até agora, não há qualquer indício de qualquer irregularidade.
Primeiro, o presidente negou tudo e alegou ser notícia falsa, "outro desastre da mídia". Hoje, reconheceu ter tocado no assunto.
O inspetor-geral de inteligência considerou o caso suficientemente grave para contar às comissões do Congresso dos EUA. A Casa Branca abriu guerra contra os pedidos de informação e de entrega de documentos da Câmara desde que a oposição democrata passou a ser maioria, no início deste ano.
Durante a campanha em Iowa, onde serão realizadas as primeiras eleições primárias, em 3 de fevereiro de 2020, Biden atacou Trump sem comentar as acusações: "Nenhum órgão de imprensa levou a sério estas alegações. Nenhum. Então, não tenho nenhum comentário a fazer, a não ser que o presidente deve começar a ser presidente."
Em nota, o ex-vice-presidente foi mais duro: "Se estes relatos são verdadeiros, então não há verdadeiramente limite para a determinação do presidente Trump de abusar do poder e de rebaixar nosso país. Este comportamento é especialmente execrável porque explora a política externa do nosso país e mina a segurança nacional com objetivos políticos."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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