domingo, 22 de setembro de 2019

Trump admite ter falado sobre filho de Biden com presidente da Ucrânia

Diante de mais um escândalo que pode justificar um processo de impeachment, o presidente Donald Trump sugeriu hoje que mencionou Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden, numa conversa telefônica com o novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em 25 de julho. 

Em 12 de agosto, um agente secreto que ouviu a gravação advertiu o inspetor-geral de inteligência de que o presidente cometeu uma irregularidade capaz de afetar a segurança nacional dos Estados Unidos.

Em troca de um empréstimo de US$ 250 milhões necessário à recuperação da economia da Ucrânia, abalada pela guerra civil fomentada pela Rússia, Trump teria pedido que Zelensky investigasse Hunter Biden, que foi diretor de uma companhia de gás ucraniana quando o pai era vice-presidente do governo Barack Obama (2009-17).

Hoje, Joe Biden é o favorito para conquistar a candidatura do Partido Democrata à eleição presidencial de 2020. O adversário será Trump.

Na sua estratégia de se defender atacando, Trump e aliados atacaram Biden neste domingo, pedindo a abertura de inquérito sobre a atuação de pai e filho na Ucrânia. Até agora, não há qualquer indício de qualquer irregularidade.

Primeiro, o presidente negou tudo e alegou ser notícia falsa, "outro desastre da mídia". Hoje, reconheceu ter tocado no assunto.

O inspetor-geral de inteligência considerou o caso suficientemente grave para contar às comissões do Congresso dos EUA. A Casa Branca abriu guerra contra os pedidos de informação e de entrega de documentos da Câmara desde que a oposição democrata passou a ser maioria, no início deste ano.

Durante a campanha em Iowa, onde serão realizadas as primeiras eleições primárias, em 3 de fevereiro de 2020, Biden atacou Trump sem comentar as acusações: "Nenhum órgão de imprensa levou a sério estas alegações. Nenhum. Então, não tenho nenhum comentário a fazer, a não ser que o presidente deve começar a ser presidente."

Em nota, o ex-vice-presidente foi mais duro: "Se estes relatos são verdadeiros, então não há verdadeiramente limite para a determinação do presidente Trump de abusar do poder e de rebaixar nosso país. Este comportamento é especialmente execrável porque explora a política externa do nosso país e mina a segurança nacional com objetivos políticos."

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