Doze candidatos disputam no domingo, 22 de abril, o primeiro turno da eleição presidencial na França. Só três têm condições de ganhar e um quarto de afetar o resultado. A expectativa é que o ex-ministro do Interior conservador Nicolas Sarkozy enfrente a candidata socialista Ségolène Royal no segundo turno, em 6 de maio.
Quem quer que seja o vencedor terá de atacar os problemas crônicos deste país assombrado pelos fantasmas da globalização: o desemprego, a desindustrialização, a queda no padrão de vida, a ameaça de uma explosão da periferia, o risco de colapso do sistema previdênciario e a perda de confiança no sistema político.
Com produto interno bruto de cerca de US$ 2 trilhões, a França é a segunda maior economia da zona do euro e a sexta do mundo. Dez das 50 maiores empresas européias são francesas. Suas 40 maiores companhias têm obtido lucros recordes. O trem-bala francês acaba de bater o recorde mundial de velocidade sobre trilhos, com 575 quilômetros por hora. Mas a França tem a menor taxa de crescimento entre os países ricos. Nos últimos 25 anos, em renda média por habitante, os franceses caíram do 7º para o 17º lugar. Coincidência ou não, nenhum governo foi reeleito nesse período.
Se no plano econômico o declinismo é justificado, a França tem hospitais públicos excelentes e um sistema de creches que elevou sua taxa de natalidade a uma das maiores da Europa. O intervencionismo estatal que caracteriza a economia francesa desde que Jean-Baptiste Colbert era ministro das Finanças de Luís XIV criou uma sociedade moderna, com trens de alta velocidade, que tira 80% de sua energia do átomo. Seu maior desafio é acelerar o crescimento, dinamizar a economia sem abrir mão do Estado do bem-estar social.
O favorito nesta luta, com quase 30% dos votos na média das pesquisas, é o ex-ministro das Finanças e do Interior Nicolas Sarkozy, da conservadora União por um Movimento Popular (UMP), herdeira da corrente política do general Charles de Gaulle.
Em segundo lugar, está a primeira mulher com chances de chegar à Presidência da França, a socialista Ségolène Royal, com cerca de 25% dos votos, seguida pelo centrista François Bayrou, da União pela Democracia Francesa (UDF), com 18%.
O quarto candidato influente é o neofascista Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, que derrotou o então primeiro-ministro socialista Lionel Jospin em 21 de abril de 2002, passando para o segundo turno. Le Pen tem 15% das preferências.
Leia a íntegra em minha coluna no Baguete.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
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