quarta-feira, 4 de abril de 2007

Líder democrata encontra presidente da Síria

Em um desafio à política do governo George Walker Bush para o Oriente Médio, a presidente da Câmara de Representantes, deputada Nancy Pelosi, principal líder democrata no Congresso dos Estados Unidos, encontrou-se hoje em Damasco com o presidente da Síria, Bachar al-Assad, considerado um dos maiores inimigos dos americanos na região.

Bush criticou Nancy Pelosi, alegando que o contato com a Síria, acusada pelo Departamento de Estado de apoiar grupos terroristas, "contraproducente". Mas o ex-presidente Jimmy Carter, do Partido Democrata, declarou hoje estar "feliz por ela ter ido. Quando há uma crise, a melhor maneira de resolvê-la é negociar com as pessoas-chaves para solução do problema".

Em outras palavras, a paz negocia-se com o inimigo, não com amigos.

Pelosi está na Síria desde terça-feira, onde manifestou a Assad sua preocupação com o apoio sírios a grupos militantes palestinos que são contra um acordo de paz com Israel e à milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus).

A Síria é a principal aliada do Irã no mundo árabe, exerce forte influência sobre os muçulmanos libaneses e não está negociando a paz com Israel, que ocupou as Colinas do Golã, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, anexando-as em 1981. Israel controla ainda o Mar da Galiléia, que os sírios gostariam de compartilhar, porque fica na fronteira entre os dois países.

No final do ano passado, o Grupo de Estudos sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker e pelo ex-deputado democrata Le Hamilton, fez diversas sugestões, inclusive a abertura de diálogo com a Síria e o Irã. Nancy Pelosi, que lidera a oposição à guerra na Câmara e quer marcar prazos para a retirada dos EUA do Iraque, decidiu conversar com Assad.

Do Jardim de Rosas da Casa Branca, Bush mandou sua resposta: "Fotos e encontros com o presidente Assad levam seu governo a acreditar que eles são parte da comunidade internacional, quando, de fato, é um Estado que patrocina o terrorismo".

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