O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela decidiu ontem pedir à Colômbia a extradição do líder do golpe de 12 de abril de 2002 contra o presidente Hugo Chávez, o empresário Pedro Carmona, que chegou a assumir o poder durante dois dias. A acusação é de tentativa de assassinato do presidente.
Carmona, de 66 anos, presidia a federação empresarial Fedecámaras e se proclamou presidente da Venezuela, decretando a dissolução de todos os poderes do Estado, incluindo o Parlamento e o Tribunal Supremo. Destitui funcionários designados pelo Legislativo, como o procurador-geral, o controlador geral e o defensor público. Foi demais.
Quarenta e sete horas depois, Chávez reassumia o cargo.
Acusado de rebelião, Carmona ficou em prisão domiciliar até 23 de maio de 2002, quando pediu asilo política à Embaixada da Colômbia.
Em 11 de abril de 2002, o general Romel Fuenmayor deu um ultimato a Chávez: se o presidente não abandonasse o Palácio Miraflores em 20 minutos, os rebeldes bombardeariam o palácio do governo. Chávez foi obrigado a se entregar. Agora, há uma tentativa de caracterizar esse ultimato como crime comum, já que o tratado de extradição firmado entre Colômbia e Venezuela não prevê extradição por motivos políticos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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