Num gesto descrito pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, como "um presente para o povo da Grã-Bretanha", o governo iraniano anunciou hoje a libertação dos 15 fuzileiros navais e marinheiros detidos há 12 dias no Golfo Pérsico sob a acusação de invadirem o mar territorial do Irã. O Reino Unido alega que eles estavam patrulhando águas territoriais do Iraque.
Com ironia, pediu ao primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que não puna os militares "por dizerem a verdade", numa referência às entrevistas dos presos na televisão iraniana, denunciadas como armação,
Ao comentar a libertação dos militares, o primeiro-ministro dirigiu-se ao povo iraniano dizendo que a diplomacia é a melhor maneira de resolver os problemas entre os países, um recado associado à suspeição da sociedade internacional de que a república islâmica esteja desenvolvendo armas nucleares.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou sanções contra o Irã, que se nega a suspender o enriquecimento de urânio e a abrir suas instalações nucleares a inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica.
Em Nova Iorque, o preço do petróleo caiu em 75 centavos por barril. Às 13h de Brasília, estava em US$ 63,87.
Ao que tudo indica, houve uma troca de presos. Os Estados Unidos teriam libertado um alto funcionário do serviço secreto iraniano seqüestrado em Bagdá e poderiam soltar em breve cinco agentes do Irã detidos na cidade de Arbil, na região curda no norte do Iraque. Negando qualquer negociação, o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, disse que os cinco agentes iranianos não serão soltos.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fez um show da libertação dos reféns. Primeiro, condecorou os guardas revolucionários que prenderam os britânicos.
Depois, anunciou a libertação dos prisioneiros como homenagem ao nascimento do profeta Maomé. Cumprimentou-os um a um. Fez piadas sobre suas "férias forçadas" e ironizou o fato das Forças Armadas britânicas terem mulheres com o comentário de que assim "as mães ficam longe de casa".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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