O subdiretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos Estados Unidos, Andrew McCabe, vai deixar o cargo depois de sofrer pressão do presidente Donald Trump, suspeito de obstrução de justiça por querer encerrar a investigação sobre um possível conluio de sua candidatura à Casa Branca com o Kremlin, noticiou a rede de televisão americana CNN.
A decisão surpreendeu seus colegas. McCabe pretendia se aposentar em março e antecipou a saída. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sunders, negou qualquer interferência do governo Trump no pedido de demissão. O subdiretor adjunto David Bowdich, foi nomeado subdiretor interino.
Trump pressionou McCabe desde maio do ano , quando demitiu o então diretor-geral, James Comey, por causa do inquérito sobre a influência da Rússia na eleição presidencial de 2016 nos EUA. McCabe virou diretor-geral interino e manteve as investigações.
No primeiro encontro com McCabe, Trump violou a ética que se espera de um presidente dos EUA, ao perguntar em quem ele havia votado para presidente. McCabe disse não ter votado. Nos EUA, o voto não é obrigatório.
Em julho do ano passado, Trump cobrou a demissão de McCabe do secretário da Justiça e procurador-geral, Jeff Sessions. O presidente também ficou insatisfeito porque Sessions declarou-se impedido de supervisionar o inquérito por ter se encontrado com representantes da Rússia durante a campanha.
"Por que o procurador-geral Sessions não substituiu o diretor interino do FBI, Andrew McCabe, um amigo de Comey que estava encarregado da investigação sobre [Hillary] Clinton, mas ganhou US$ 700 mil para a campanha de sua mulher de Hillary Clinton e seus representantes?", perguntou Trump. "Drene o pântano!"
A mulher de McCabe concorreu a uma vaga do Senado estadual da Virgínia. Jill McCabe recebeu US$ 467.500 de um comitê de ação política do então governador da Virgínia, Terry McAuliffe. O comitê executivo do Partido Democrata na Virgínia deu mais US$ 207.788 para sua campanha. As doações foram feitas antes de McCabe se tornar subdiretor do FBI.
Nos últimos dias, o jornal The New York Times revelou que Trump tentou demitir em junho o procurador especial Robert Mueller, um ex-diretor-geral do FBI nomeado para presidir o inquérito sobre o conluio com a Rússia depois da demissão de Comey. Mueller pretende interrogar Trump sobre as demissões de Comey e do assessor de Segurança Nacional, general Michael Flynn.
Diante de uma campanha da oposição russa de boicote à eleição presidencial de 18 de março de 2018, onde a vitória do protoditador Vladimir Putin é certa, o Kremlin acusou os EUA de interferência na política interna da Rússia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário