sábado, 27 de janeiro de 2018

Ambulância-bomba mata 103 pessoas no Afeganistão

Um terrorista suicida explodiu hoje uma ambulância cheia de explosivos numa área movimentada do centro de Cabul, a capital do Afeganistão. Pelo menos 103 pessoas morreram e outras 235 saíram feridas, informou a agência Associated Press, citando como fonte o Ministério da Saúde afegão.

Foi o terceiro grande ataque no Afeganistão em uma semana. A milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes) reivindicou a autoria do atentado e apontou como alvo uma rua que leva ao Ministério do Interior.

Seis dias atrás, milicianos dos Talebã invadiram um hotel de luxo em Cabul e resistiram durante 14 horas, matando 22 pessoas, inclusive 14 estrangeiros, dos quais quatro eram americanos. Na quarta-feira, o alvo foi a organização não governamental Salve as Crianças, na cidade de Jalalabade, no Leste do Afeganistão, onde quatro pessoas foram mortas.

"Nunca vi cena tão horrível em toda a minha vida", declarou Mohammad Fahim, de 20 anos, un funcionário da polícia da capital afegã que estava numa mesquita dentro do Ministério do Interior. Um porta-voz dos Talebã, Zabiullah Mujahid, afirmou em nota que o alvo era um posto de polícia próximo ao Ministério do Interior.

Em maio do ano passado, um caminhão-bomba matou 150 pessoas e feriu outras 400 ao ser detonado numa área onde há várias embaixadas. Aquele ataque foi reivindicou pela rede Hakkani, uma milícia aliada dos Talebã, descrita pelo político paquistanês Imran Khan como o "braço armado do Exército do Paquistão na guerra civil do Afeganistão".

A atual onde de ataques coincide com o aumento do contingente de militares dos Estados Unidos no Afeganistão e com a decisão do governo Donald Trump, anunciada em 4 de janeiro, de cortar a ajuda militar ao Paquistão.

Além dos Talebã e de aliados como a rede Hakkani, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante também tenta se infiltrar no Afeganistão, depois do colapso de seu califado no Oriente Médio.

No hospital, o sobrinho de uma vítima observou que "nossos líderes brigam uns com os outros por cargos no governo, enquanto os Talebã e o Daech [Estado Islâmico] tiram proveito da situação."

Com mais de 16 anos de duração, a Guerra do Afeganistão, iniciada um mês depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, é a mais longa da história dos EUA.

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