O presidente Vladimir Putin considerou uma afronta à Rússia a divulgação pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos de uma lista de bilionários e altos funcionários ligados ao Kremlin que se beneficiaram de suas ligações corruptas com o poder para enriquecer ilicitamente, noticiou hoje o jornal inglês Financial Times.
A lista foi encaminhada pela Casa Branca ao Congresso ontem à noite. Inclui Herman Gref, presidente do banco Sberbank; Andrei Kostin, presidente do banco VTB; 96 bilionários como Roman Abramovich, dono do Chelsea a ex-investidor no Corinthians, Oleg Deripaska e Alisher Usmanov; e o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.
Por enquanto, o governo Donald Trump disse ao Congresso que não há necessidade de impor sanções, mas a ameaça paira no ar. Desde a anexação ilegal da península da Crime e da revolta promovida por Moscou no Leste da Ucrânia, os EUA e a União Europeia impuseram sanções à Rússia.
O relatório foi feito pelo Tesouro com base na Lei para Conter Adversários dos EUA através de Sanções. Vem a público num momento em que as investigações sobre um possível conluio da campanha de Trump com o Kremlin para derrotar Hillary Clinton na eleição de 2016 se aproximam do presidente.
Para o líder da oposição russa, Alexei Navalny, impedido de disputar a eleição presidencial de 18 de março de 2018 por causa de um processo forjado, descreveu o relatório como "uma lista realista descrevendo aquilo que chamamos de máfia do Putin. Obviamente, estes pessoas exercem papéis diferentes, mas são definitivamente a espinha dorsal de um regime corrupto de que tiram benefícios pessoas significativos."
Trump faz hoje seu primeiro discurso sobre o Estado da União. Deve insistir, como tem repetido, que "não houve conluio com a Rússia".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário