Depois do fracasso da semana passada, enquanto a Venezuela afunda numa crise sem precedentes para um país tão rico em petróleo, o governo e a oposição voltam a se reunir na quinta-feira em São Domingos, a capital da República Dominicana.
No sábado, quando o diálogo foi suspenso sem conclusão, o presidente dominicano, Danilo Medina, declarou que as partes não haviam chegado a um acordo definitivo nos seis itens da agenda.
O ministro da Comunicação da ditadura de Nicolás Maduro, Jorge Rodríguez, disse que houve acordo na maioria dos pontos e manifestou esperança de concluir a negociação na próxima rodada, que começa daqui a três dias.
Já o líder da delegação oposicionista, deputado Julio Borges, afirmou que a oposição não vai ceder em suas posições porque isso só agravaria a crise política e econômica na Venezuela.
A oposição exige um sistema eleitoral transparente nas eleições presidenciais deste ano, a abertura de canais de ajuda humanitária para permitir a entrada de medicamentos e alimentos, a libertação dos presos políticos e a restauração dos poderes da Assembleia Nacional, onde obteve maioria de dois terços.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), braço político do regime chavista, quer o fim das sanções econômicas impostas a alguns de seus dirigentes, o que depende dos Estados Unidos, e o reconhecimento da Assembleia Nacional Constituinte ilegal e ilegítima criada por Maduro para esvaziar a Assembleia Nacional legítima, dominada pela oposição.
Diante dessas posições, é difícil imaginar a possibilidade de um acordo. Além do presidente dominicano, o ex-vice-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero participa como mediador.
Os governos do Chile e do México são observadores convidados pela oposição. Os governos da Bolívia, da Nicarágua e de São Vicente e Granadinas acompanham o diálogo a convite da ditadura chavista.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
Governo e oposição da Venezuela retomam diálogo na quinta-feira
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