Em visita ao Brasil para lançar seu segundo livro, Como Governar o Mundo, o pesquisador admitiu que o governo dos Estados Unidos, para quem trabalha, está "improvisando muito" diante das incertezas geradas pelo terremoto político no Norte da África e no Oriente Médio.
"É preciso redefinir a estabilidade: os filhos da puta não são mais suficientes. É preciso construir relações mais saudáveis", afirmou o professor, sem citar o presidente americano Franklin Roosevelt, que uma vez se referiu ao ditador da Nicarágua Anastasio Somoza García: "É um filho da puta, mas é o nosso filho da puta".
No seu primeiro livro, Khanna previu que o Egito estava maduro para uma revolução: "Como falar em reforma política [como falou George W. Bush] sem remover Hosni Mubarak? Até na Arábia Saudita há um novo partido defendendo a instauração de uma democracia constitucional."
Durante séculos, "os árabes culparam os otomanos, os europeus, os americanos e Israel pela sua própria miséria. Em 2011, não havia mais ninguém para culpar". Eles decidiram se levantar contra a tirania.
"Não acredito que esses países se transformem em democracias", observou Khanna, "pelo menos não a curto prazo. Transparência administrativa, um governo que preste contas de seus atos e o bem-estar social são mais importantes. Acho que terão mais liberdade de imprensa, um Judiciário mais independente e militares menos poderosos".
Ele teme a divisão da Líbia e aposta que, "na Síria, Bachar Assad vai sobreviver por mais algum tempo. As monarquias vão sobreviver".
Quanto ao futuro da influência dos EUA na região, o pesquisador lembra que "onde houver pequenos países com vizinhos bem maiores as grandes potências serão bem-vindas. Na Mongólia, espremida entre a China e a Rússia, existe a chamada política externa do terceiro vizinho: os EUA".
Khanna não acredita numa retirada total das forças americanas do Norte do Afeganistão: "Os EUA precisam de um aliado estável, combater os Talebã, proteger o comércio num novo Caminho da Seda [a famosa rota percorrida por Marco Polo] e vigiar a China. Não estou dizendo que é bom, é o que acho que vai acontecer".
Na sua opinião, o ideal é que Arábia Saudita, Egito, Irã, Israel e a Turquia, as potências regionais, chegassem a um acordo para criar um mecanismo de segurança. Esse dia ainda está distante.
Quanto ao futuro da influência dos EUA na região, o pesquisador lembra que "onde houver pequenos países com vizinhos bem maiores as grandes potências serão bem-vindas. Na Mongólia, espremida entre a China e a Rússia, existe a chamada política externa do terceiro vizinho: os EUA".
Khanna não acredita numa retirada total das forças americanas do Norte do Afeganistão: "Os EUA precisam de um aliado estável, combater os Talebã, proteger o comércio num novo Caminho da Seda [a famosa rota percorrida por Marco Polo] e vigiar a China. Não estou dizendo que é bom, é o que acho que vai acontecer".
Na sua opinião, o ideal é que Arábia Saudita, Egito, Irã, Israel e a Turquia, as potências regionais, chegassem a um acordo para criar um mecanismo de segurança. Esse dia ainda está distante.
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