segunda-feira, 31 de julho de 2017

Procuradora-geral denuncia ilegitimidade da Constituinte na Venezuela

A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, repudiou hoje o resultado das eleições convocadas ilegalmente pelo ditador Nicolás Maduro para formar uma Assembleia Nacional Constituinte a assim usurpar os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente, dominada pela oposição, informou o jornal venezuelano El Nacional.

"Dirijo-me ao país na condição de procuradora-geral e membro do Conselho Moral Republicano para desconhecer os supostos resultados desta Constituinte presidencial", declarou Luisa Ortega em entrevista coletiva. "O que anunciaram foi uma burla ao povo e sua soberania, enquanto dão muito poder a uma minoria."

Ela afirmou que os resultados oficiais divulgados ontem pelo Conselho Nacional Eleitoral, dominado pelo regime chavista, só beneficiam o governo para que se mantenha no poder. Também previu que a Constituinte de Maduro só vai agravar a crise política, econômica e social.

Luisa Ortega foi contra a convocação de uma Constituinte desde que Maduro apresentou a ideia. Um dos argumentos para denunciar a ilegalidade e ilegitimidade da manobra é a exigência de um plebiscito, de uma consulta popular. Sem apoio popular, Maduro atropelou a Constituição e convocou a Constituinte assim mesmo.

A procuradora-geral alegou ainda que a Constituição da República Bolivarista da Venezuela, aprovada em 1999 sob a inspiração do então presidente Hugo Chávez, é uma conquista da "revolução" e deve ser preservada em homenagem ao finado caudilho.

Em resposta, o governo usurpou seus poderes, congelou seus bens e propriedades, e a proibiu de deixar a Venezuela.

Mais de 120 pessoas foram mortas nas manifestações de rua realizadas todos os dias desde o começo de abril. A Venezuela está à beira de uma guerra civil.

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