O dissidente chinês Liu Xiaobo, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2010, morreu hoje aos 61 anos depois de ter sido libertado por razões humanitárias por estar com um câncer terminal. Ele estava preso desde 2008, condenado por "subversão" por escrever e divulgar a Carta 08, um manifesto pedindo democracia, Estado de Direito e o fim da censura na China.
Só em junho o regime comunista chinês admitiu que Liu tinha câncer terminal no fígado e o internou num hospital militar da província de Shenyang. Era tarde demais para tentar qualquer tratamento.
Ativista do movimento pela democracia e liberdade massacrado na Praça da Paz Celestial, em Beijim, na noite de 3 para 4 de junho de 1989, Liu foi o primeiro ganhador do Nobel da Paz a morrer na prisão desde Carl von Ossietzky, um pacifista alemão que lutou contra o nazismo, ganhou o prêmio em 1935 e morreu em 1938 depois de anos de maus tratos.
"Depois de múltiplos tratamentos, a saúde de Liu Xiaobo continuou a se deteriorar", declarou o Tribunal de Justiça de Shenyang, responsável pela prisão. "Em 10 de julho, ele entrou em tratamento intensivo e, em 13 de julho, morreu de falência múltipla de órgãos depois de várias tentativas de salvá-lo."
A mulher do dissidente, Liu Xia, foi mantida em prisão domiciliar e sob vigilância permanente para evitar que ela falasse sobre o tratamento dispensado ao marido.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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