O governo Donald Trump apresentou hoje uma proposta orçamentária de US$ 4,8 bilhões para o ano fiscal que começa em 1º de novembro. Tem poucas chances de aprovação integral no Congresso, mas revela as intenções do presidente para um segundo mandato a ser disputado nas urnas em 3 de novembro.
A mensagem é clara: reduz a rede de proteção social do governo federal dos Estados Unidos, A proposta corta programas de bolsas de estudos, habitação popular, alimentação, assistência médica e proteção ambiental. Aumenta os gastos com defesa, segurança nacional e patrulha.
Durante a campanha, Trump banca o herói da classe trabalhadora. Canta vantagem sobre um crescimento econômico e geração de empregos que começaram no início do governo Barack Obama (2009-17). Promete manter a cobertura de saúde para doenças preexistentes enquanto entra na Justiça para acabar com ela.
Ao receber governadores na Casa Branca, o presidente declarou que o orçamento vai fortalecer as Forças Armadas e o arsenal nuclear dos EUA e reduzir o déficit "a zero depois de um período não muito longo". Mais uma inverdade.
Com os cortes de impostos que privilegiaram os ricos e as grandes empresas, Trump aumentou o déficit fiscal dos EUA em US$ 300 bilhões para quase US$ 1 trilhão. Até 2024, a dívida pública deve aumentar em US$ 3,4 bilhões e aí acaba o segundo governo Trump, se ele for reeleito.
Na imaginação do governo atual, o equilíbrio fica em 2035. O Partido Republicano esqueceu a defesa do equilíbrio orçamentário que faz em governos do Partido Democrata. O déficit e a dívida serão heranças malditas para o sucessor.
Trump vai pedir à Câmara dos Representantes, responsável pela aprovação do orçamento, mais dinheiro para as Forças Armadas, a segurança interna e das fronteiras, mais dinheiro para os veteranos de guerra e para a Força Espacial, a mais nova arma do sistema de defesa americano, que será desmembrada da Força Aérea, apesar da oposição dos generais-brigadeiros.
O orçamento de defesa sobe para US$ 740,5 bilhões, dos quais US$ 705,4 bilhões vão para o Departamento da Defesa, 1,1% menos do que os US$ 713 do orçamento anterior. Os outros US$ 35 bilhões vão para projetos de segurança nacional desenvolvidos por outros departamentos e agências do governo americano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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