sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Degelo da Antártida causou forte elevação dos mares há 129 mil anos

Um aumento de menos de dois graus centígrados na temperatura dos mares derreteu a maior parte do gelo da Antártida durante o último período interglacial, entre 129 e 116 mil anos atrás, causando uma elevação de vários metros no nível dos oceanos, de seis a nove metros, concluiu uma pesquisa liderada pela Universidade de Bonn, na Alemanha.

"Não só perdemos uma grande parte da camada de gelo do Oeste da Antártida, como isto aconteceu no início do período interglacial", observou o professor Chris Turney, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, principal autor do relatório.

Por enquanto, com o aquecimento global provocado pelo homem desde o início da Revolução Industrial, a previsão é de uma elevação de 1,5 metro no nível dos mares até 2100, se não houver uma grande redução das emissões de gases carbônicos.

A temperatura média do planeta subiria cinco graus, tornando a vida humana impossível em várias regiões do planeta e a elevação do nível dos oceanos ameaçaria populações que vivem à beira-mar. As secas, enchentes, nevascas, tornados e furacões seriam muito mais violentas.

Ao contrário da camada de gelo do Leste da Antártida, que fica sobre terra firme com elevações, as geleiras do Oeste repousam diretamente sobre o mar.

"O estudo revela como a camada de gelo da Antártida se torna vulnerável quando as águas do oceano esquentam, um cenário observado hoje", comentou Michael Weber, do Instituto de Geociências da Universidade de Bonn.

A pesquisa continua para descobrir se o degelo das camadas do Oeste foram suficientes para explicar a elevação do nível dos mares.

Nesta semana, pesquisadores da base brasileira na Antártida registraram uma temperatura recorde de 20,75ºC no continente gelado.

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