terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Cooperação Al Caeda-Estado Islâmico aumenta ameaça do terror no Sahel

A rede Al Caeda (A Base) e o grupo Estado Islâmico estão coordenando operações terroristas e dividindo esferas de influência no Mali, no Níger e em Burkina Fasso, noticiou o jornal americano The Washington Post. Esta tríplice fronteira é considerada hoje a região mais crítica no combate ao jihadismo na região do Sahel, na África Ocidental.

De acordo com agentes franceses, os dois grupos estão se tornando mais organizados e mais ágeis na sua guerra contra países pobres e fracos, "realizando ataques com um profissionalismo que não tínhamos visto".

A coordenação entre a Jamaat Nusrat al-Islam Muslimen (Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos), ligada à Caeda , e o Estado Islâmco no Grande Saara vai piorar a situação de segurança na região, com a possibilidade de atentados e sequestros, abrindo caminho para operações de maior envergadura.

Esta cooperação não significa que os dois grandes movimentos jihadistas, que romperam durante a guerra civil da Síria. Foi em janeiro de 2014, depois que o sucessor de Ossama ben Laden como líder d'al Caeda, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, mandou dissolver o Estado Islâmico do Iraque e do Levante para que a organização liderada por Abu Baker al-Baghdadi limitasse suas operações ao Iraque.

Al-Baghdadi não aceitou, alegando não reconhecer as fronteiras traçadas pelo imperialismo ocidental a partir do Acordo Sykes-Picot (1916), em que os Impérios Britânico e Francês dividiram o Oriente Médio entre si com a dissolução do Império Otomano (turco) no fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Não houve uma reconciliação entre os dois movimentos. Eles têm inimigos comuns num teatro de operações específico. A situação do Sahel é a mais grave da guerra contra o terrorismo. Países miseráveis, com problemas étnicos, são terreno fértil para recrutamento de jovens para movimentos extremistas.

A França mantém soldados na região desde a intervenção militar no Mali, em janeiro de 2013. Hoje, são 5.100 militares franceses, mas os Estados Unidos ameaçaram reduzir seu contingente que combate o terrorismo na África, focado hoje principalmente na Somália.

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