Quando a Califórnia realizou um plebiscito sobre a legalização da maconha para maiores de 21 anos, há dois anos, o ministro da Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, advertiu que a lei federal que proíbe a droga seria aplicada "vigorosamente". A proposta foi derrotada por 53,5% a 46,5%. Agora, depois que os estados de Washington e do Colorado aprovaram o uso recreativo da droga por 55% a 45%, o governo Barack Obama mantém o silêncio.
"Deixem-me deixar claro que o Departamento de Justiça se opõe fortemente à Proposição 19", escreveu em 2010 o ministro, advertindo que a lei federal tem supremacia sobre leis estaduais, em resposta a uma carta de agentes aposentados da DEA (Drug Enforcement Agency), a agência de repressão às drogas, preocupados com a legalização da maconha.
Desta vez, diante de uma provocação igual, o Departamento da Justiça ficou em silêncio até agora, observa o sítio da companhia jornalística McClatchy Newspapers, que edita o jornal The Miami Herald. Faltando duas semanas para que as novas leis entrem em vigor em Washington e no Colorado, os promotores e procuradores estão encerrando os processos criminais envolvendo a droga.
É a primeira tentativa de legalização desde que a maconha foi proibida nos EUA há 75 anos. No ano passado, estima-se que 30 milhões de americanos tenham usado ilegalmente a droga, autorizada para "uso médico" em 18 estados e no Distrito de Colúmbia.
Mais de 850 mil pessoas são presas por ano por crimes relativos à maconha. Cerca de 500 mil cumprem pena por uso ou tráfico de drogas. Como cada preso custa US$ 60 mil por ano, são US$ 30 bilhões ao todo, observa um blogueiro do jornal The New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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