O partido nacionalista Convergência e União (CiU, em catalão), a favor da independência da Catalunha, venceu as eleições regionais, mas perdeu 12 cadeiras e terá uma pequena maioria no futuro parlamento em aliança com a esquerda e partidos menores.
Com mais de 95% dos votos apurados, a CiU terá pelo menos 50 dos 135 deputados do parlamento catalão, bem abaixo da maioria que seu líder, Artur Mas, pretendia conseguir para convocar dentro dos próximos quatro anos um plebiscito para tornar a Catalunha independente da Espanha.
A Esquerda Republicana da Catalunha vem em segundo com 21 cadeiras, seguido do Partido Socialista da Catalunha, o versão catalã do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o partido que governou a Espanha mais tempo desde redemocratização do país depois da morte do ditador Francisco Franco, em 1975, com 20 deputados.
Logo atrás, com 19 deputados (um a mais), vem o conservador Partido Popular (PP), do primeiro-ministro Mariano Rajoy, identificado com o que resta do franquismo e contrário a tentativas de dividir a Espanha, seguido pela coalizão Verdes-Esquerda Unida, com 13.
O comparecimento às urnas foi de 56% do eleitorado, acima dos 48% das eleições anteriores.
Na minha opinião, a independência da Catalunha é altamente improvável. A crise financeira e bancária causada pela explosão da bolha da especulação imobiliária é a pior na Espanha democrática pós-Franco. O país não tinha maior desequilíbrio nas contas públicas antes da recessão provocada pelo colapso do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos, em setembro de 2008.
Hoje as regiões acusam o governo central de Madri de arrecadar mais do que devolve às províncias, mas muitas delas estão no vermelho e agravam o déficit da Espanha, inclusive a Catalunha, que poderia ter um problema fiscal ainda maior.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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