As Nações Unidas fracassaram em sua missão de proteger a população civil no fim da guerra civil no Sri Lanka, o antigo Ceilão, uma ilha ao sul da Índia, admite um relatório interno da organização internacional destinada a promover a paz e a segurança no mundo.
Mais de 100 mil pessoas foram mortas em 26 anos da guerra civil, que terminou em maio de 2009 com a derrota dos Tigres da Libertação do Ilã Tamil, da minoria tamil, que se considera discriminada pela maioria cingalesa. Uma investigação anterior da ONU havia estimado em 40 mil o total de mortos nos últimos cinco meses do conflito.
De acordo com a televisão pública britânica BBC, a ONU se nega a comentar um documento vazado. Espera a entrega do relatório oficial ao secretário-geral da organização, Ban Ki Moon. Isso não diminui a acusação de "falha sistêmica ".
O relatório questiona a retirada do pessoal da ONU da frente de batalha, em setembro de 2008, depois que o governo do Sri Lanka advertiu que não poderia garantir a segurança da missão. A única organização internacional presente na região até o fim da guerra foi a Cruz Vermelha.
Cerca de 330 mil civis tamis foram abandonados na zona de combate. A maioria dos mortos foi vítima dos bombardeios das forças governamentais, mas os rebeldes usaram os civis como escudos humanos, mataram vários que tentaram fugir e recrutaram à força os homens adultos.
"Imploramos à ONU para que ficasse e não abandonasse a região. Não nos ouviram", declarou um professor tamil que está pedindo asilo ao Reino Unido. "Se tivesse ficado, muito mais gente estaria viva hoje."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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