O presidente islamita do Egito, Mohamed Mursi, fortalecido por ter mediado uma trégua entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), está sendo muito criticado por ter assumido hoje poderes excepcionais por decreto negando ao Supremo Tribunal o direito de rejeitar suas decisões e de dissolver o Parlamento.
Para tentar acalmar o clamor das ruas, Mursi ordenou a reabertura dos processos sobre violência contra manifestantes. No discurso para justificar as medidas, o porta-voz Yasser Ali declarou que é dever do presidente "conquistar os objetivos da revolução, especialmente aqueles relativos a desmantelar a infraestrutura do regime anterior derrotando aqueles que são seus instrumentos no Estado e na sociedade".
É o velho blablablá dos regimes autoritários. Uma multidão saiu às ruas para apoiá-los, mas não é esse o espírito da revolução que acabou com a ditadura de Hosni Mubarak há pouco mais de um ano e meio.
Na opinião do ex-ministro do Exterior, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ex-candidato a presidente do Egito, Mohamed ElBaradei, Mursi traiu os ideiais da revolução ao se nomear um "novo faraó".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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