terça-feira, 20 de novembro de 2012

Problema da Argentina é mais político do que econômico

Durante a Conferência de Cúpula Ibero-Americana realizada em Madri, a presidente Dilma Rousseff teria defendido a presidente Cristina Kirchner, que não foi à Espanha, comentando em diversas oportunidades: "Você não sabe como é difícil presidir a Argentina hoje".

O país enfrenta hoje a primeira greve geral do governo Cristina, sinal de que a presidente perdeu o apoio dos sindicatos, uma das principais bases de sustentação do primeiro mandato, em que o líder dos caminhoneiros e secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, era uma espécie de eminência parda.

Pela abundância de recursos naturais e população relativamente pequena, a Argentina tem tudo para ser um país rico. Tem capacidade para produzir alimentos para 350 milhões de pessoas.

Seu problema é mais político do que econômico. É ser governada por dois cadáveres, o general Juan Domingo Perón e sua segunda mulher, María Eva Duarte de Perón, a Evita.

A presidente Cristina Kirchner não foi à Espanha por causa da estatização da antiga empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF), que havia sido comprada pela espanhola Repsol durante as privatizações do governo Carlos Menem (1989-99).

Como o país ainda não normalizou suas relações com o sistema financeiro internacional depois do calote de 2001, não tem acesso ao mercado. Não consegue dinheiro para investir. É o populismo kirchnerista atrapalhando a economia.

Enquanto a Argentina não se livrar do que o escritor Jorge Luis Borges chamava de "fenômeno incorrigível", o peronismo, ou pelo menos de seu monopólio de poder, seu futuro será olhar para o passado.

Nenhum comentário: