Na sua ascensão a superpotência, a China, cada vez mais confiante e autossuficiente, está comprando briga com quase todos os países vizinhos. O novo passaporte chinês traz um mapa impresso com marca d'água que inclui no território nacional todas as áreas onde há conflitos territoriais.
A Grande China inclui duas regiões de fronteira disputadas com a Índia, a ilha de Taiwan e uma grande área do Mar da China Meridional onde há ilhas reivindicadas por outros cinco países: Brunei, Filipinas, Indonésia, Malásia e Vietnã. É uma afronta ao protocolo diplomático para a solução pacífica desse tipo de conflito.
O maior impacto é nos países menores que se sentem intimidados como Brunei, as Filipinas, a Malásia e o Vietnã. Na última reunião de cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), esses países não conseguiram registrar no documento final seu desconforto em relação ao crescente imperialismo chinês. Como país-sede da conferência, o Camboja, fiel aliado de Beijim, vetou qualquer referência ao problema.
No Vietnã, os oficiais de imigração se recusam a carimbar os novos passaportes chineses. A Índia acrescentou sua versão do mapa no visto que emite para os chineses entrarem no país. Os governos das Filipinas e de Taiwan fizeram protestos formais à China.
Veja o mapa no passaporte e as regiões em disputa num blog do jornal The Washington Post.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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