Por 138 votos a favor, inclusive do Brasil, nove contra, entre eles Estados Unidos e Israel, e 41 abstenções, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou hoje à noite o reconhecimento da Palestina como país observador não membro, o mesmo status do Vaticano.
No discurso em defesa de sua estratégia para obter a independência, adotada diante da estagnação das negociações de paz, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou ao plenário: "Não temos ouvido nenhuma palavra de funcionários israelenses manifestando uma preocupação sincera de salvar o processo de paz".
"Ao contrário, nosso povo continua a testemunhar uma intensificação sem precedentes das ações militares, do bloqueio, da colonização e da limpeza étnica, especialmente no Leste de Jerusalém, das prisões em massa, dos ataques de colonos e outras práticas pelas quais a ocupação israelense se tornou sinônimo de um sistema de apartheid com ocupação colonial que institucionaliza a praga do racismo e incita ao ódio e à violência", acrescentou Abbas. "Chegou a hora do mundo dizer claramente: basta de agressão, de assentamentos e de ocupação".
Em resposta, o embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, acusou o líder palestino de "dar as costas para o processo de paz. Não deixem que a História registre que a ONU os acompanhou nesta marcha da insensatez", reportou o jornal The New York Times.
Na prática, a Palestina pode se filiar a outras instituições do sistema ONU, como a Corte Internacional de Justiça. Também pode ser alvo de retaliações econômicas dos EUA e de Israel, que ameaçam cortar a ajuda e a transferência de impostos controlados pela ocupação israelense.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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