Pelo menos cinco estudantes estão gravemente feridos e outros 15 hospitalizados depois que a polícia da China reprimiu com violência, na segunda-feira, manifestantes tibetanos que defendiam o direito de ser educados e poder falar na sua própria língua. O confronto aconteceu na província de Qinghai, no Leste do país.
Nos últimos dias, mais cinco tibetanos se atearam fogo em proteso contra o regime comunista chinês, informam o movimento Tibete Livre e a Rádio Ásia Livre. Com essas autoimolações, só neste mês pelo menos 22 tibetanos se atearam fogo; desde 2009, foram 86.
Mais de mil manifestantes, na maioria estudantes e professores, protestaram na região autônoma de Hainã, que os tibetanos chamam de Tsolho, para protestar contra as políticas de assimilação cultural do regime comunista chinês, exigir respeito às minorias e o direito de falar e ser educado na sua própria língua.
Os estudantes se concentraram diante da Escola Sorig Lobling, na cidade de Chabcha, às 5h40 de segunda-feira. Às 9h, a polícia atacou a manifestação com violência. Vários manifestantes foram hospitalizados, reporta o jornal The New York Times.
As províncias de Gansu, Qinghai e Sichuã e a região supostamente autônoma do Tibete macrorregião conhecida como Grande Tibete, de cerca de 1,1 milhão de quilômetros quadrados, 11,5% do território da China.
O regime comunista chinês, que luta para reconstruir a grandeza do passado imperial, não admite ceder o Tibete, integrado à China no século 13, quando ambos eram dominados pelo Império Mongol. Teme ainda que um Tibete independente reivindique a soberania por todo o Grande Tibete.
No século 20, o Tibete foi independente do fim do império chinês, em 1912, até sua ocupação pelo Exército Popular de Libertação em 1951, depois da vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung.
Desde então, os comunistas, que encaram o lamaísmo e a devoção ao Dalai Lama como resquícios da Idade Média, fazem uma política de assimilação cultural, com a migração forçada de chineses da etnia Han, combate à religião e à cultura tibetanas, proibição de uso da própria língua e outras medidas. Os tibetanos tomam isso como uma destruição de seu modo de vida. Por esta razão, estão se queimando vivos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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